O conjunto de 27 PoeMitos da Parnaíba retrata figuras populares, pitorescas, excêntricas e jocosas da cidade, mas sempre no que elas tinham de mais comovente e de mais humano. Essas personagens entraram para a história porque fizeram parte da paisagem da velha urbe. Muitas ainda vivem no imaginário popular, quase como figuras lendárias, mitológicas.
Conheça abaixo algumas dessas personagens:
Situava-se entre o feio e o horrível
mas se dizia BG: bonito e gostoso.
Metido a conquistador de mulheres
conseguia o inverso efeito:
as mulheres – lebres assustadas –
de Alain Delon fugiam.
Se Alain Delon muito fosse
Se Alain Delon muito fosse
SimpliçãoNão o Dias da Silva,
mas o Long John da Parnaíba,
o terror da mulherada,
pé de cana e pé de mesa,
concorrente de jumento e garanhão.
Só pegava mulher novata,
desconhecedora da fama de seu
alopramento descomunal.
A cama se transformava
no altar do sacrifício da mundana,
segura a pulso como uma potra bravia.
Processado pela noiva descartada
após quarenta anos de noivado.
(A noiva não sabe a sina
de que terá escapado.)
mas o Long John da Parnaíba,
o terror da mulherada,
pé de cana e pé de mesa,
concorrente de jumento e garanhão.
Só pegava mulher novata,
desconhecedora da fama de seu
alopramento descomunal.
A cama se transformava
no altar do sacrifício da mundana,
segura a pulso como uma potra bravia.
Processado pela noiva descartada
após quarenta anos de noivado.
(A noiva não sabe a sina
de que terá escapado.)
Bernardo Carranca
com sua carranca de artesanato
artefato – mas não
arte de fato – de cantor/ator/à toa
atropela uma música
com seus gemidos e grunhidos e ganidos.
E canta: “De noite eu rolo
na cama...” E sai rolando, se enrolando
se contorcendo e se retorcendo pelo salão
por entre mesas e pelo chão
– bailarino de mola
sem molejo de cintura –
criador e criatura
– Onça é a tua mãe,
filho de uma égua.
A cara feia de Maria
transformava-se na
carranca de uma onça.
Não de uma onça pintada,
não de uma onça rajada,
mas de uma onça
pobre, feia e desbotada.
E Maria Onça seguia
como um bicho acuado
por entre os apupos
da molecada.
E Maria Onça chorava
no meio da molecada.
Professor Amstein
com seu vasto bigode
e densa barba ruiva,
alto, forte, avermelhado,
chegou a Parnaíba montado
no árdego Pégaso da mistificação.
Assumiu emprego no
Ginásio Parnaibano e na Escola Normal.
Professor de desenho geométrico e matemática,
fazia suas métricas e matemágicas
em suas fantásticas e fantasiosas histórias.
Engenheiro e da Suíça, era um verdadeiro
canivete suíço: polivalente, pau para toda obra,
homem de sete ou mais instrumentos, substituía
qualquer dos professores faltosos.
Novo Barão de Munchausen
recheava suas aulas e recreios
com seus anedóticos e mirabolantes “causos”,
menino grande entre os demais meninos,
“barulhento, inconsequente e brincalhão”,
no dizer do ex-aluno Renato Castelo Branco.
Para sempre restou em sua mente a saudade
de Edelweiss, a divina e linda nívea flor dos Alpes.
Bernardo Carranca
com sua carranca de artesanato
artefato – mas não
arte de fato – de cantor/ator/à toa
atropela uma música
com seus gemidos e grunhidos e ganidos.
E canta: “De noite eu rolo
na cama...” E sai rolando, se enrolando
se contorcendo e se retorcendo pelo salão
por entre mesas e pelo chão
– bailarino de mola
sem molejo de cintura –
criador e criatura
de sua própria loucura.
– Onça é a tua mãe,
filho de uma égua.
A cara feia de Maria
transformava-se na
carranca de uma onça.
Não de uma onça pintada,
não de uma onça rajada,
mas de uma onça
pobre, feia e desbotada.
E Maria Onça seguia
como um bicho acuado
por entre os apupos
da molecada.
E Maria Onça chorava
no meio da molecada.
Professor Amstein
O professor Amstein,
com seu vasto bigode
e densa barba ruiva,
alto, forte, avermelhado,
chegou a Parnaíba montado
no árdego Pégaso da mistificação.
Assumiu emprego no
Ginásio Parnaibano e na Escola Normal.
Professor de desenho geométrico e matemática,
fazia suas métricas e matemágicas
em suas fantásticas e fantasiosas histórias.
Engenheiro e da Suíça, era um verdadeiro
canivete suíço: polivalente, pau para toda obra,
homem de sete ou mais instrumentos, substituía
qualquer dos professores faltosos.
Novo Barão de Munchausen
recheava suas aulas e recreios
com seus anedóticos e mirabolantes “causos”,
menino grande entre os demais meninos,
“barulhento, inconsequente e brincalhão”,
no dizer do ex-aluno Renato Castelo Branco.
Para sempre restou em sua mente a saudade
de Edelweiss, a divina e linda nívea flor dos Alpes.
TEXTO: Elmar Carvalho
CHARGES: Gervásio Castro
Superintendência Municipal de Cultura
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